de Edson Bueno de Camargo
assim se usasse sangue como tinta
talvez impressionasse os olhos dos ouvintes
e em grande pompa entraria na arena
onde outros imortais esperam
mas
de que adianta ser sob a sombra do ostracismo
por que fazermos tudo isso
se isso não é aquilo que esperam?
tu esperas dar poesia aos que não tem pão
mas poesia não se come
não cobre o corpo para dormires
mal serve de alento para as dores
e o cansaço do dia
ai daquele que confia sua dor aos outros
mal aventurado o que mente
o que planta sementes em terrenos estéreis
o que busca água nos desertos
o que despreza o mar por ser grandioso
e busca alento nos regatos das montanhas
o poeta e o louco da aldeia tem o mesmo destino
de acreditar que insensatez é verdade
de ter poder de criar mundos com palavras
melhor o palhaço que faz rir
e ri de todos
guardando o choro para o escondido das cortinas
2 comentários:
A poesia pode ser a experimentação do cotidiano também.
Parabéns, Edson!
Ficou um cantinho muito bonito e aconchegante, como nossa comunidade mesmo.
Lindo o poema!!eu sei que nesse peito largo habita um grande coração transbordando sentimentos. Abs!
Postar um comentário