sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Adormecidos

Leticia Brito
Quanto silêncio nesse bar...
Enquanto a juventude dança celebrando a vitória dos hormônios sobre os sentimentos eu, quieta num canto, ouço a musica e começo a me indagar: Quando foi mesmo que deixamos de amar?
Na verdade nunca nos arriscamos a sentir nada mais profundo do que um orgasmo de quinze minutos. Tudo ao meu redor é tão futil que eu gentilmente me entrego ao prazer da minha solidão.
Ao meu redor todos estão adormecidos, sinto como se estivesse dentro de uma casa de bonecas onde todos são belos e plastificados, onde as pessoas possuem a pele lisa e o coração duro. Como posso eu fugir desse mundo se dentro dele não existe presença de um alguém de carne que me estenda a mão?
O mal do século não é a solidão, o grande mau é a juventude que tão banal em seus costumes acredita que o amor é uma prisão, sem saber que na verdade ele é a forma mais pura de se encontrar a liberdade.
Enquanto eu reflito todos dançam ao meu redor e eu no meu canto, perdida neste bar, só posso me pensar: Eu deveria mesmo aprender beber.

Um comentário:

Edson Bueno de Camargo disse...

Nunca me sinto à vontade nestes ambientes, sofro de uma claustrofobia seletiva. Rochedos à beira mar são meus locais prediletos.