Trilhou, sozinho, um caminho por ele mesmo traçado
Valendo-se, apenas, da crença em si mesmo
Vagando por entre o imenso e silencioso vazio existencial
Mergulhado num eu quase invisível
Preso a restos do que poderia ter sido
A segurar um fiapo de esperança no que ocultamente é
Pretencioso calado
Discreta arrogância
Errante, como a vida quis
Pela própria vida, rechaçado
Posto no covil, sem dó
Arrancaram-lhe a razão
Recorreu ao silêncio,
Sem argumentação
Esperou com bravura,
Uma suposta recompensa
Sem desespero
Nem loucura
Sem morte prematura
Arlindo Cirino
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