Entre insultos e a indiferença dos que a possuem,
Trocando prazer por dinheiro,
Esperando da vida o que ela lhe negara
Submissa à embriagante volúpia masculina
Alvo das taras enrustidas e fantasias machistas
Invadida por estranhos
Devorada sem afeto
Seu nojo reprimindo para o seu sustento garantir
Objeto do gozo alheio,
Sacrificando o próprio gozo
De tantos e de nenhum
Sempre a deparar-se com a solidão dos que nascem apenas pra servir
Margeando a sociedade como se dela não fosse parte
Ignorada depois do prazer como que sendo este seu único valor
Não faz distinção de beleza, humor ou comportamento – encara a todos com a mesma delicadeza de fêmea fornecedora.
Arlindo Cirino
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
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